Título: O Nome do Vento - As Crônicas do Matador Rei: Primeiro Dia
Autor: Patrick Rothfuss
Editora: Sextante
Ano: 2009
Páginas: 656
Gênero: Fantasia
Autor: Patrick Rothfuss
Editora: Sextante
Ano: 2009
Páginas: 656
Gênero: Fantasia
Antes de começar a resenha, quero que saibam que foi muito difícil falar sobre o livro em questão por ter sido muito esperado e desejado.
Não
sei se já falei pra vocês, mas após eu desejar um livro procuro não saber mais
sobre dele, à capa e a sinopse me prendem, e paro por aí. Prefiro ler “às
escuras”, preciso do elemento surpresa. Bom ou ruim só após o livro estar
completo eu busco comentários e opiniões sobre ele. Em relação ao Nome do
vento, minha expectativa era imensa, conheci ele na feira do livro aqui da
cidade e fiquei mais de ano à procura de valores adequados ao meu bolso. Mês passado acabei ganhando os dois primeiros
volumes de A Crônica do Matador do Rei, do meu namorado. Demorei quase uma semana pra começar a
ler. Como eu disse a expectativa era muito grande, eu precisava saborear o
momento.
“Já resgatei princesas
de reis adormecidos em sepulcros. Incendiei a cidade de Trebon. Passei a noite
com Feluriana e saí com minha sanidade e minha vida. Fui expulso da
Universidade com menos idade do que a maioria das pessoas consegue ingressar
nela. Caminhei à luz do luar por trilhas de que os outros temem falar durante o
dia. Conversei com deuses, amei mulheres e escrevi canções que fazem os
menestréis chorar.Vocês devem ter ouvido falar de mim"
Bom
o começo é bem clichê, em um lugar distante e desconhecido, cheio de lendas e
mistérios. Em uma pequena cidade mora um homem simples, dono de uma pousada, a Marco
do Percurso. O homem tem um ajudante. Nada acontece nessa cidade, nem nessa
pousada. Até que algo estranho ocorre com um dos moradores da cidade. Ele foi
atacado por uma criatura que acredita ser um demônio, e então o hospedeiro Kote
sai em sigilo enfrentar essas criaturas conhecidas como Scrael, que se parece
com aranhas muito crescidas, antes que ataquem a cidade. Durante o
enfrentamento Kote salva um forasteiro que estava no lugar errado na hora
errada.
O
forasteiro se trata do cronista do rei, um escriba famoso por ir atrás de
lendas afim de desvendá-las, logo o Crônista reconhece o hospedeiro como Kvothe.
Uma das maiores lendas conhecidas, um herói e um bandido, que está
desaparecido. O cronista diz querer saber a verdade por trás das histórias que
se espalham e escrever suas memórias, apelando para o ego do protagonista, que
com algumas condições aceita.
“- Minha história dentre
todas as coisas é de sofrimento - eu vivi muitas coisas, fiz muitas coisas; se
você quer escutar minha história, sente-se, vou contá-la em 3 dias."
Ao
começar sua narrativa, Kvothe nos leva a conhecer seus tempos de garoto, na
trupe de seu pai, os Edena Ruh, onde aprende a cantar, tocar e representar. Nas
viagens da trupe conheceu Abenthy, um Arcanista que lhe
aprofundou os estudos e ensinou sobre simpatias, o preparando para posteriormente
entrar na Universidade.
Certo
dia, após buscar ervas para sua mãe o garoto encontra stoda sua trupe morta,
sem nenhum motivo aparente. Em choque vê algumas pessoas estranhas que parecem terem saídos das lendas e das
canções infantis em meio a uma discussão, o grupo logo desaparece.
“- os pais de alguém
andaram cantando um tipo inteiramente errado de canção.”
Kvothe
se vê obrigado a se virar sozinho. Após três anos difíceis mendigando e
sobrevivendo em uma cidade grande, vivendo em uma meia consciência, sai do grande
choque que o reteve e relembra o que aconteceu com seus pais, se voltando
novamente a Universidade, em busca de informações sobre o grupo que viu no dia
que sua trupe foi atacada, o Chandriano.
O
Arcanista Abenthy o havia treinado bastante, e apesar da falta de dinheiro,
Kvothe usa suas habilidades e inteligência para entrar na Universidade com
idade menor a admitida normalmente. Lá faz muitos amigos e inimigos, se
decepciona por não conseguir encotrar o que procurava, e emfim descobre o nome
do vento.
Esse é apenas o começo para desvendarmos quem é Kvothe e porque te tornou tão amado e temido por tantos. E esse é apenas o primeiro dia da narrativa minuciosa feita por Kote, o hospedeiro, por Kvothe, o Sem-Sangue, Arcano, Matador do Rei, entre tantos outro coisas que Kvothe foi ou recebeu seu nome.
Esse é apenas o começo para desvendarmos quem é Kvothe e porque te tornou tão amado e temido por tantos. E esse é apenas o primeiro dia da narrativa minuciosa feita por Kote, o hospedeiro, por Kvothe, o Sem-Sangue, Arcano, Matador do Rei, entre tantos outro coisas que Kvothe foi ou recebeu seu nome.
Rothfuss
soube dosar com precisão os eventos e os capítulos, de forma muito sutil e
suave criando e mantendo o mistério em volta do personagem, ora ele nos dá um
vislumbre do que virá, despois recua para preencher lacunas, de modo que as
histórias que parecem soltas se transformam nas experiências vida do personagem,
do ponto de vista do próprio personagem.
A
narrativa é feita em primeira e em terceira pessoa. Antes e durante os relatos
do protagonista temos alguns lapsos do que aconteceu a Kvothe e as consequências
disso, antes que ele conte essa parte da historia, em capítulos de Interlúdio,
onde a narrativa é sobre os acontecimentos presentes, enquanto Kote interage
com o cronista. Onde temos uma história por trás da história, onde você passa a
se perguntar o que o hospedeiro tem em comum com o garoto descrito na sua
narrativa. Já quando as memórias de Kvothe começam a ser narradas, embarcamos
em sua mente e ele nos mostra e nos faz sentir o que aconteceu com ele.
O
mundo fantástico do livro é muito bem descrito, o autor não se prende muito em
cenários, mas em familiarizar o leitor com o mundo que criou. Pelo nome do
primeiro volume pensei que a magia focaria na arte de nomear, mas por enquanto temos
apenas as simpatias e suas conexões, que são muito bem elaboradas.
Os
personagens são de uma personalidade tão maciça que são totalmente reais. Por
mais secundários, todos os personagens tem suas personalidades, os professores,
seus amigos e antigos companheiros de trupe. Fiquei muito encantada com a Auri,
e tive raiva de Ambrose, mas a Denna me parece tão sem graça até agora. Dão
muita importância á ela, mas não a vi merecer toda essa atenção. E em ralação ao Bast fiquei
meio perdida, ele seria um fauno?
Apesar
de toda a inteligência demostrada por Kvothe ele não é menos imprudente que a
maioria das pessoas, e apesar das suas demonstrações heroicas ou anti-heroicas,
é como se tudo pudesse ser perdoado ou justificado pelos acontecimentos de sua
infância. Até o momento não tem como ver ele como um vilão, e caso isso
aconteça nos próximos volumes o autor deve ser considerado um gênio.
“É como se todo mundo
contasse uma história dentro da própria cabeça. Sempre. O tempo todo. Essa
história faz o sujeito ser quem é. Nós nos construímos a partir dessa história."
E
assim temos o primeiro dia da história de um homem conhecido por seus feitos. Já
sabemos muito, mas temos ideia de pouco do que pode anda acontecer.
Espero não ter falado demais sobre o livro, nem de menos, mas deixo dito que ele é melhor do que consegui dizer aqui. Desejo uma boa leitura pra quem não se aventurou ainda no universo do Patrick Rothfuss! Vale muito a pena!
Não vou nem ler a resenha para não ter perigo de pegar spoiler. Será uma das minhas próximas leituras e depois eu passo aqui para dizer o que eu achei e para dar uma lida na resenha, que parece estar boa.
ResponderExcluirAbraços!
http://desbravandolivros.blogspot.com.br/