Resenha (046): Terras Metálicas

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Resenha (046): Terras Metálicas

Título: Terras Metálicas (NONATO, Renato C.)
Editora Novo Século, 616 p.

Sinopse: A Última Guerra lavou a atmosfera com uma massa nuclear, tornando-a incapaz de sustentar a vida. Para continuar sobrevivendo, a humanidade precisou se adaptar, isolando-se numa atmosfera artificial: a Esfera, local onde tem se mantido com o passar das gerações. A utopia da sociedade reinou desde então, com a paz sendo mantida com mão de ferro pela Elite. Mas essa paz pode acabar… Raquel é uma recém-formada em primeiro nível na Academia, que passa seu tempo livre entre Saturno – o parque temático da Esfera – e divagações sobre seu sonho de voar. Ao iniciar uma nova etapa de vida, ela vai encarar a cerimônia de implante que pode tornar esse sonho realidade, se a habilidade dos Túneis lhe for conferida. Mas essa nova etapa também vai levá-la por caminhos perigosos… Raquel descobrirá que o IA, responsável por todos os sistemas de sobrevivência da Esfera, está com os dias contados. Como manter a sanidade sabendo que a vida tal qual você conhece está para acabar? Raquel ainda não tem essa resposta, mas vai precisar encontrá-la. E para isso ela precisará, mais do que nunca, da ajuda de seus amigos… Tashi, Tales, Ângelo, Camila, Liceu, Isabela e Nirvana lhe darão sustentação quando tudo o mais na utópica Esfera estiver ruindo.

Bom pessoal... primeiramente: Olá! Andei um pouco sumida nas últimas semanas, mas desde já peço que não me culpem. O tempo - ou a falta dele - é que não está cooperando com as minhas postagens aqui no blog. Sem mais delongas: como todos viram, a resenha de hoje é do livro Terras Metálicas!

Falando um pouco mais a respeito da estória, uma guerra nuclear contaminou a atmosfera com radiação, tornando-se assim inviável de sustentar vida. Eis então que, visando preservarem-se, a humanidade vedou-se na Esfera. O local que contém uma atmosfera artificial passou a se tornar seu novo mundo.

É dia da formatura na Academia e da cerimônia de implante do chip. Os quatro amigos (Raquel, Tales, Ângelo e Camila) estão ansiosos para descobrirem qual habilidade lhe serão conferidas. Os dias passam e eles retornam às aulas. Tudo corria bem na vida desses jovens e seus respectivos tashis. O mundo era perfeito: todos viviam tranquilamente, acreditando que o funcionamento da Esfera estava de vento em popa e que a mesma os protegeria por mais um bom tempo.


Eis então que uma dúvida é plantada em Raquel, o que a leva a descobrir, junto com seus amigos, que o Mainframe, que é a Inteligência Artificial responsável pelo funcionamento da Esfera está com os dias contados e que uma grande guerra está por acontecer entre a Elite e a Facção. Junto com seus amigos, Raquel tenta buscar uma saída. Uma vez a Esfera com os dias contados, adeus à existência da humanidade.

Agora... esqueçam tudo o que vocês sabem a respeito da Terra. Sol, ar, chuva, terra, comida mastigável, fauna, flora. Imaginem pessoas que não fazem a mínima ideia do que são essas coisas. Nunca sentiram o sol, nunca sentiram a chuva, nunca tiveram o prazer de saborear uma refeição. E o pior: mal sabem de suas origens, não tendo certeza sobre como foram parar naquela Esfera. Para vocês terem uma ideia,  o mais perto de mascote/animal de estimação que existe na Esfera são os tashis, que, falando resumidamente, tratam-se de pequenas esferas, tendo metade da superfície recoberta com microcircuitos, e a outra metade um visor com uma imitação do rosto humano. Os tashis que você mais irá ver durante a trama são Tashi (pertencente à Raquel), Liceu (pertencente à Camila) e Nirvana (pertencente à Isabela).

É tanta coisa nova nesse livro que eu nem sei por onde começar e por onde parar - não quero entregar informações demais a vocês pra não estragas a surpresa. Renato nos traz uma história ímpar, bem como cenários inéditos e personagens marcantes.

No início você, leitor, pode se assustar um pouco com o tamanho do livro. Para um primeiro volume, ele é bem extenso - tendo mais de 600 páginas-, e você pode imaginar: a leitura deve ser maçante. E eu digo que NÃO! Imagine um lugar onde tudo é novo para você. Os detalhes dado pelo autor dos cenários, da rotina do local, dos diálogos, enfim, cada detalhezinho é imprescindível para o entendimento da história, o que acaba tornando o livro extremamente interessante e prazeroso de se ler, pois a cada página o leitor descobre algo novo.

Agora, falando um pouco a respeito dos personagens, já havia comentado que os mesmos marcantes. Cada um possui sua singularidade,  e isso é algo que eu não abro mão em um livro. Não adianta o mesmo ter um enredo bacana, se os personagens não me cativarem. Quer dizer, ele deu personalidade até mesmo para os tashis! Confesso que até agora eu tento imaginar como deve ser a "voz" do Tashi, falando daquele jeitinho espevitado dele (risos).
Dentre todos os personagens, a gente sempre tem um favorito. E o meu é o Ângelo. O garoto é tipo a Hermione do grupo: não há nada que ele não saiba fazer. Habilidoso em tudo que se propõe a fazer, tem aquele jeito meio "certinho", mas que no fim sempre acaba cedendo e se metendo em encrenca, além de estar sempre ajudando seus amigos.

E um ponto que eu achei interessante são as habilidades concedidas depois da implantação do chip, sendo elas: Túnel (telecinese - capacidade de mover as coisas com a força psíquica), Sibério (controle sobre a temperatura), Antena (capacidade de ler e manipular a mente), Bio (poder sobre o próprio corpo, estando propício a mudanças) e por fim, o Exilado, que não possui uma habilidade em específico, mas não deixa de ser igualmente importante. Cada indivíduo recebe uma dessas habilidades e após passam a estudar matérias específicas, visando moldá-los para um posterior emprego.

O que mais eu posso dizer a respeito? Terras Metálicas é o tipo de livro que dá orgulho em dizer que faz parte da "nova literatura" brasileira. Para mim, de longe foi uma das maiores surpresas literárias do ano. Eu recomendo para todos os gostos e idades, e principalmente àqueles que curtem algo mais distópico. Narrado em terceira pessoa, possui uma escrita leve e que ao mesmo tempo consegue prender o leitor.  Você vai passar de ataque de riso à extrema tensão em um piscar de olhos. Renato nos traz uma história de tirar o fôlego: Ela é tão boa, tão complexa e tão envolvente que você não consegue mais largar o livro.

Agora para encerrar, deixo aqui o meu recado: Pelo meu IA! Leiam logo esse livro!

Até a próxima, pessoal! E não deixem de comentar!

Nenhum comentário:

Postar um comentário